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Merendas Addiction

Merendas Addiction

Para quem precisar de ler estas palavras

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Ontem vim ao blog e tive a ler todos os post que tinha feito e aquilo que eu transmito é que a minha vida é só rainbows and butterflies e não é.
Eu tenho ansiedade generalizada, o que se traduz em um nível de ansiedade de tal forma elevado que se torna limitativo.
Este post é para ti que estás a passar pelo mesmo, quero que saibas que não estás sozinho. Eu não sou nenhuma expert no assunto simplesmente estou aqui a partilhar a minha experiência e posso dizer-te que sei como te sentes e que esse abismo que muitas vezes parece intransponível não o é.
Tenho vindo a lidar com esta situação a cerca de 6 meses e posso dizer que não é fácil, e que só agora sinto que posso falar sobre isso sem que me afecte tanto.
Quero que saibas que eu sei o quão forte és, o quão difícil é funcionar quando o teu cérebro entra em modo de sobrevivência. Sei o que é ter um ataque de pânico e ficar de tal forma afectada com isso que deixas de fazer certas coisas por esse medo avassalador que sentes. Só que esse medo vai ficando cada vez maior e tu cada vez estás mais fechado na tua concha e esse é o mal. Sei o quanto o teu cérebro tem uma enorme capacidade de fabricar os piores cenários possíveis e que é muito difícil entender que são apenas pensamentos e podem não corresponder à realidade, são apenas possíveis cenários que tu estás a imaginar. Sei o que é as pessoas dizerem-te para pensares positivo, não seres tão nervosa, para teres calma e isso ser ainda mais frustrante porque tu adoravas ser assim mas não é essa a forma como tu vês o mundo e logo pensas que existe algo de errado contigo, mas não existe. Quero também dizer que que aquilo que sentes agora não vai durar para sempre ( apesar de às vezes parecer) e que tu vais conseguir ultrapassar isso, e vais estar mais bem equipado para lidares com uma situação semelhante ( que esperemos que não volte a acontecer). Por vezes o caminho pode não ser tão linear, ou seja, podes não sentir que todos os dias estás a melhorar como desejavas mas têm compaixão contigo mesma, se fosse alguém teu amigo de certo que irias demonstrar compaixão e não ser tão dura com ele portanto faz o mesmo contigo. No meu caso eu sou a minha pior inimiga, exijo demasiado de mim mesma e isso faz com que muitas vezes fique frustrada de não estar a ver as coisas a acontecer ao ritmo que eu desejava. A minha percepção dos acontecimentos fez-me acreditar que num momento estava bem e no outro estava num buraco que não conseguia ver a superfície mas, não foi assim, aquilo que eu achava que era o motivo por ter caído foi apenas a gota de água que fez transbordar o copo. Não penses porque tiveste um dia menos bom que isso significa um retrocesso no teu processo, porque muitas das vezes não o é.
A parte pior é tu perceberes por mais que te rodeies de pessoas que gostam de ti e que queiram ajudar tens que ser tu a travar essa luta. Neste processo podes-te sentir sozinha, uma espécie de E.T porque sentes que ninguém consegue perceber aquilo pelo qual estas a passar mas se isso te acontecer, lembra-te que eu também me senti assim e portanto não és a única. Esse sentimento vai atenuando conforme vais sentido mais confiança em ti, mais à vontade contigo mesma até que um dia é apenas uma memória guardada num recanto do teu cérebro.
Se ninguém te disse ultimamente quero que saibas que tenho imenso orgulho de ti, que te levantas todos os dias mesmo quando enfrentar o mundo parece um desafio demasiado grande, quando o simples acto de falar com alguém te deixa sem energia para mais nada mas é preciso coragem para o fazer mesmo quando o que querias fazer é exactamente o oposto. Mas continua um pé a frente do outro, estas a fazer o melhor que consegues e olha que já te trouxe até aqui por isso não é nada mau.
Com este desabafo quero apenas conseguir transmitir ,a quem quer que seja, que não estás sozinho e não é só a ti que acontece. Se conseguir chegar nem que seja a uma pessoa que precisa de ler estas palavras dou-me por muito feliz por ter partilhado a minha experiência.
Beijo,
C

 
 

Get drunk on life

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Saudades minhas meus amigos? Eu sei que vos deixei a mercê do vosso destino durante quase 3 semanas mas peço compaixão. Fui tirar o dente do siso e de momento pareço um esquilo com uma bolota escondida na boca portanto acho que conseguem entender que estava sem a mínima paciência. Tenho o síndrome do fim do livro. Já alguma vez tiveste? Sabes o que é? Não? Eu explico-te.
Este síndrome resulta num vazio deixado por personagens fictícias. Meus amigos, existem livros em que estas emocionalmente envolvido e portanto quando acabas o livro, ficas numa espécie de limbo. Por um lado estas super feliz por eles terem encontrado os seus caminhos mas e agora? Nunca mais vais saber nada destas personagens. Tu assististe a desgostos amorosos, á descoberta do amor, até és capaz de ter tirado algumas lições para a tua própria vida e agora abandonam-te, vão á vida deles e nunca mais dão notícias.Quer dizer, eu estive lá sempre a torcer por eles e é assim que me tratam? É o horror, estou indignada. Isto acontece-me principalmente em livros que fazem parte de uma série. Os autores são seres sem alma e sem consideração alguma pelos meus sentimentos ( estou revoltada).
Em relação ao livro que vos trago hoje apliquei a prática da negação do prazer. Negação do prazer é quando tu o retardas o máximo de tempo que consegues produzindo um nível de prazer bastante acima do normal . Esta prática tem diversas utilizações nas mais variadas áreas ( também dá para isso mesmo que estas a pensar, sua mente pecaminosa). No meu caso só me deu mais tempo para digerir o meu desgoto ( e mesmo assim não me parece que tenha tido grande efeito). Eu levei 4 semanas a terminar este livro, porque simplesmente não o queria acabar e estendendo o meu tempo de leitura foi a única forma que arranjei de me agarrar um pouco mais a estas personagens. Final Offer é o terceiro livro de uma série sobre três irmãos que têm que seguir as instruções dadas pelo avô de forma a conseguirem reclamar a herança deixada por ele. Este é sobre o irmão do meio, esse ser mitológico. Não sei porquê mas tenho uma certa tendência para adorar as histórias dos irmãos do meio, talvez por eu própria ser uma. O irmão do meio é sempre um ser humano com um histórico mais pesado e com uma forma de estar na vida deveras peculiar.
Deixem-me que vos apresente o Cal, o irmão do meio, alcoólico e antigo dependente de opiáceos e Lana uma pessoa com uma enorme capacidade de ajudar o próximo mas com pouca confiança em si própria. Este livro explora bastante a questão do alcoolismo e os motivos por trás do mesmo. Cal sofre de ansiedade e não consegue muitas das vezes lidar com as suas emoções, utilizando o álcool como um escape. É tão mais fácil estar entorpecido do que lidar com sentimentos fortes e com emoções que não queremos sentir. Mas a realidade é que o álcool acaba por trazer mais um problema, no final das contas as emoções estão à espera para que ele as sintas e ainda tem que lidar com a desilusão daqueles que mais gosta. O facto do livro ser contado na voz do Cal e da Lana dá-nos uma visão do que leva o Cal a recorrer ao álcool para lidar com as suas emoções e da forma como a Lana percepciona e lida com esta realidade.  
Estive tão embrenhada neste livro que neste momento é como se um casal amigo tivesse ido para o estrangeiro e sei que não vou ter notícias tão cedo. Tens alguma dica para passar esta situação? Eu tentei o velho conselho de que esqueces um amor quando te deitas com outro e assim ouvi o audiobook da Jenny Proctor, Love off limits.
Foi uma lufada de ar fresco. Este é um livro que se passa numa quinta da Carolina do Norte ( já me estou a imaginar de jardineiras a tratar dos animais) e com o decorrer da história percebemos que quando queremos mesmo muito uma coisa arranjamos sempre forma de a conseguir. Para audiobooks gosto sempre de livros mais leves de forma a ser mais fácil acompanhar a história sem ter que ficar a "remoer" aquilo que ouvi. A minha autora preferida deste tipo de livros é a Cara Bastone, se tiveres interesse pesquisa e diz-me se não são os livros mais queridos que já ouviste.
Beijo,
C
 

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