This is my confession
Eu tenho uma confissão a fazer. Não é algo particularmente embaraçoso, só uma particularidade da minha personalidade.
Bem cá vai disto, eu adoro aqueles filmes da Fox Life, tu sabes quais são, aqueles da Hallmark (se já assististe a algum por favor comenta e vamos ser amigos). Eu sei, eu sei, não são particularmente ricos em história ou com actores que vão ganhar um óscar pela sua interpretação naquele filme mas são os meus filmes de conforto, como a comida ou uma manta.
Mas que mande a primeira pedra quem nunca viu um filme destes e ficou com vontante de abrir uma padaria ou uma pastelaria super fofa em que os teus vizinhos passam e vão lá sempre comprar os mesmos bolos e fazem conversa contigo, é um mundo paralelo perfeito. O que é que eu adoro tanto nestes filmes, perguntas tu? Primeiro o director de casting destes filmes acerta sempre no actor , claramente filmes direccionados para a população feminina, estes são uma lavagem das vistas que é tão necessário tendo em conta os exemplares horríveis que vemos no nosso dia a dia. Segundo, a história é sempre fofa, é um amor de adolescência que volta a reacender a chama porque um dos personagens principais voltou à cidade natal ou é sobre desconhecidos que são obrigados a conviver porque têm que organizar o mercado da aldeia, ou uma festa qualquer e acabam por perceber que tudo aquilo que procuram está mesmo em frente aos seus olhos (opa digam-me que isto não é a coisa mais fofa e totalmente fora da realidade que já ouviram). Terceiro é a angústia que estes filmes conseguem transmitir, meus amigos são cerca de 1h30 minutos para no final existir um beijinho que nem envolve língua. Hello, se isto não é para os fortes e persistentes eu não sei. Tu tens que assistir a 1h30 de filme, com todos os seus altos e baixos para no fim veres um beijinho e este beijo é sempre igual, ele olha-a nos olhos põe as suas mãos na cara dela, desvia os seus cabelos e lentamente os seus lábios encontram os delas (OH MEU DEUS) . O pior é que eu coro a ver este beijinho, porque apesar de muitas das vezes ser de pouca qualidade é o creme de la creme do filme (haja compaixão comigo porque esperei 1h30 por isto está bem?). Por último é o twist que o filme tem quando faltam 20 minutos para acabar. Até aqui tu podes assistir a uma montanha russa de experiências que os levam a apaixonarem-se um pelo outro e de repente existe um motivo pelo qual eles não podem ficar juntos, normalmente é um motivo super estúpido a meu ver mas todos nós sabemos que este momento tem que existir num filmes destes.
Agora que eu já confessei o meu guilty pleasure, tu pensas mas tanta conversa para quê?! É porque o livro que vou falar hoje cai um pouco nesta categoria. Better than the movies é um livro que é uma homenagem a todos as rom-com's existentes. Temos a Liz que quer impressionar uma paixão antiga (Michael) e acaba por pedir ajuda ao seu vizinho irritante (Wes). No decorrer do livro percebemos que na realidade o Wes não é assim tão irritante e gosta do facto de ela ser diferente, enquanto ela tenta esconder tudo aquilo que a torna especial de forma a agradar ao Michael. Por vezes as pessoas não são exactamente aquilo que tu pensavas e quando dada a oportunidade, estas conseguem-te surpreender e mostrar uma versão delas que desconhecias. Já imaginaste quantas oportunidades podes ter perdido por fazeres um determinado tipo de julgamento à cerca de uma pessoa e não lhe dares a oportunidade de mudar a tua opinião? Wow agora até eu fiquei surpreendida com a minha capacidade de reflexão tão profunda . Este é um livro que te faz pensar que por vezes aquilo que procuras está mesmo à tua frente, só que existem demasiadas distrações e tu não percebes. E esta particularidade do livro acaba por me tocar pessoalmente. Quem me conhece sabe que conheço o meu marido há 26 anos, mas só há 12 anos é que estamos juntos. Se lhe perguntarem ele vai dizer que desde dos 6 anos que sabia que ia ficar comigo, só teve que esperar que eu chegasse à mesma conclusão (E se esperou meus amigos!! Pelos vistos eu sou um bocado lenta nestas coisas). Claro que isto parece exactamente saído de um dos filmes que vos acabei de falar, mas na realidade o mundo não é só preto ou branco. Mas acredita que às vezes as coisas são menos complicadas do que aquilo que tu imaginas.
Beijo
C